Pela via do caminho iniciático com Cristo, Madalena tropeça em seus desejos. Ela busca, busca e nem se dá conta do quê, pelo quê, para o quê procura. A mulher tida como pecadora que é vista e absolvida pelo simples olhar de Jesus. Tamanha sede de sabedoria embrenhada, tamanha sede de beber da água da fonte que nunca esgota. Sede de si, sem se reconhecer como a própria fonte de si. Um vazio preenchido por experiências, vivências, materialidades. Um vazio irretocável e insano.

Madalena busca e ao buscar tropeça em seus desejos. Ela percorre vias e vias com sede, buscando a fonte. Ela não sabe pelo quê procura. Mas encontra Jesus e é vista por ele. Vista como nunca. Vista como desprovida de todos os seus pecados. Ela já não sabe o que fazer de si, a não ser seguir. Caminha com aqueles discípulos como um deles. A que caminha e anuncia a boa nova. Ela já não tem temores.

Do perfume de seus óleos extrai o aroma da dor pelo amor. Ela ama sem medidas, ela não sabe o que é amar até ser vista por Aquele olhar. Ali ela se faz Madalena arrependida. E com Cristo e em Cristo renasce.