Vênus é muito conhecida entre nós. Na mitologia grega a própria deusa da beleza e do amor leva esse nome.
Temos a tendência em tomar esse planeta de maneira muito superficial. Não por ele ser, mas sim, por nossa capacidade ainda superficial de compreender o seu princípio voltado para o tema da beleza e do amor. Não podemos nos esquecer ainda, de que a Vênus presente em nosso mapa, também nos fala sobre a qualidade de uma troca madura.
Como nos sinaliza o próprio símbolo representado por ela: ♀, o círculo do espírito está sobre a cruz da matéria. Esse simbolismo, sugere que a verdadeira beleza é aquela que nasce do espírito e verte em forma na matéria, não somente como minha própria realidade e expressão física, mas também como atributo elegante, harmônico e equilibrado nas trocas. Em minha maturidade e beleza de espírito, quando assumida em minha matéria, sou capaz de, sem me perder na beleza do outro, fazer a troca!
De maneira mais simplificada, Vênus nos diz que a nossa verdadeira beleza é aquela que nasce do nosso espírito e se materializa através do que revelo de mim em aparência, expressão e troca com o outro.
Em conexão com a beleza do espírito, sou capaz de conexão com a beleza de espírito do outro e, assim, faço a troca sem nenhuma distração.
Vênus também nos convida a compreender nossas moedas de trocas e como fazemos uso delas. Seja essa moeda o dinheiro, a beleza física ou qualquer outra apropriação material, a qual acredito me pertencer. É uma troca justa? Tem certa justeza? Tem harmonia? Tem equilibrio?
A harmonia e beleza que existe em mim está muito mais em conexão do espírito em expressão do que apenas adornar a matéria. Em vestir a matéria de espírito, mais do que apenas adornos vazios de sentido próprio.
Essencialmente, Vênus nos conduz a esse lugar maduro da elegância do Ser, onde somos capazes de trocas harmônicas e equilibradas. Apenas quando em mim, posso perceber o outro e viver a beleza da troca é quando ela se dá nessa qualidade! Essa é a profundidade que Vênus nos convida a integrar. E, muitas vezes, a reduzimos à beleza física. Para isso, ela nos exige uma atenção em relação a um excesso de cuidado e preservação da matéria, como atributo de barganha, e não de troca.
Um outro ponto muito importante que podemos ressaltar sobre Vênus é que ela é a sublimação da Lua, assim como Netuno é a sublimação da Vênus. Se compreendermos que esses três planetas: Lua, Vênus e Netuno falam de uma qualidade do amor, podemos perceber que o amor infantil dos aspectos lunares, no sentido das nossas faltas e reatividade emocional – “eu sou capaz de amar quem é capaz de me dar algo que preencha minhas faltas”, o que é justo para nosso estado criança, pois estamos no lugar apenas de receber– quando superados e elevados, chegamos na nossa capacidade de amar de maneira madura em Vênus, onde eu não espero mais que o outro me entregue o que me falta. Em Vênus estamos um pouco mais inteiros e não reajo tanto ao outro.
Quando inteiro, eu sou capaz de troca com outro. Na troca madura, eu me percebo, percebo minha necessidade, percebo o outro e a necessidade dele e não nos misturamos, trocamos quem somos e seguimos o caminho juntamente.
Na Vênus ainda temos um ganho, eu aprendo com o outro e outro comigo, crescemos juntos, “eu amo porque crescemos e aprendemos juntos”. Em Netuno, evolução da qualidade do amor maduro de Vênus, o amor simplesmente é, não existe um sujeito separado que ama, “eu amo, porque amo, eu sou o amor”.
Dizendo em outras palavras, Vênus é sublimação da Lua, assim como Netuno é sublimação de Vênus. Se compreendemos que todos esses planetas falam de uma qualidade do amor, podemos compreender que o amor infantil dos aspectos lunares (aquele justo para a criança, que está apenas no lugar de receber), quando maturado, se desenvolve e é capaz de progredir para a qualidade de um amor venusiano. Aquele amor capaz de troca em equilíbrio (o amor adulto), que por sua vez, quando edificado, é capaz do amor de Netuno, aquele que não espera nada, “aquele que ama, porque ama”.
Vênus nada mais é que uma etapa que nos desenvolve em nossa capacidade de amar e descobrir a verdadeira beleza do Ser que somos. E, isso, sim, é de uma beleza única!
Thaísa Cláudia Kerber
Formada em astrologia moderna, com especialidade em astrologia kármica como lei da causa e efeito. Atua como astróloga desde 2018 com olhar voltado pro mapa como instrumento de crescimento e evolução pessoal. Trabalha individualmente e em grupos com temas astrológicos.